:: ‘Política’
ITAPEBI: PREFEITO ABANDONA ACM NETO E DECLARA APOIO A JERÔNIMO
O prefeito de Itapebi, Peba (PP), é ligado ao deputado federal Ronaldo Carletto (PP), e apoiou ACM Neto (UB), no primeiro turno da eleição.
Nesta segunda-feira o site manteve contato com o prefeito, que declarou que mudou de lado:
“ Eu vou apoiar Jerônimo, não tem como ficar dois anos sem governo do estado. O governador Rui Costa foi bom para nossa cidade, por isso vou apoiar Jerônimo”, declarou o prefeito.
No primeiro turno o apoio de Peba foi bastante comemorado pelo “QG” de ACM Neto.[fonte politicos sul da bahia]
Debandada na Bahia: prefeitos abandonam ACM Neto e se aliam a Jerônimo, do PT
O ex-secretário de Educação da Bahia Jerônimo Rodrigues (PT), candidato ao governo do estado, que surpreendeu e virou no primeiro turno, quando conquistou 49,45% dos votos, contra os 40,8% do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), já conseguiu o apoio de 300 dos 417 prefeitos do estado no segundo turno da eleição, no proximo dia 30.
Enquanto o petista amplia sua base, ACM Neto, que liderou as pesquisas de intenções de voto durante a maior parte da campanha, vem perdendo aliados nas cidades baianas. O representante do carlismo já perdeu apoio do PSC, que estava com ele no primeiro turno, e até do deputado estadual David Rios, que é de seu próprio partido, o União Brasil, entre outros.
Ambos passaram a integrar a rede de mais de 300 prefeitos que apoiam Jerônimo Rodrigues, também candidato do ex-presidente Lula (PT). A prefeita de Conceição de Jacuípe, Tânia Yoshida (PSD); o prefeito de Novo Horizonte, Djalma Anjos (PP), e o prefeito de Serrinha, Adriano Lima (PP), que apoiou o ex-ministro João Roma (PL), anunciaram apoio ao petista. Além deles, o ex-prefeito de Araci, Silva Neto (PDT) também se manifestou a favor da eleição de Jerônimo. Assim como o partido Patriota e lideranças do Solidariedade. O candidato a governador Kleber Rosa (Psol), que acabou em quarto na corrida, também anunciou apoio ao ex-secretário.
Dobradinha Lula e Jerônimo Rodrigues
O presidente do PT da Bahia, Éden Valadares, em entrevista ao portal baiano A tarde comemorou a ampliação do apoio ao candidato no estado. De acordo com Valadares, a campanha do petista deve, contudo, continuar trabalhando para garantir a vitória do candidato no estado e também ampliar os votos de Lula na Bahia. Jerônimo venceu em 351 dos 417 municípios. No entanto, não conseguiu a fatia de 1,8 milhão de eleitores que votaram no ex-presidente Lula na corrida pelo Palácio do Planalto, mas não no candidato petista para governador.
“É com enorme alegria que a gente recebe o apoio dos partidos políticos, dos prefeitos, dos ex-prefeitos e de lideranças, forças vivas da sociedade, que reconhecem a força do nosso grupo, a força da nossa campanha, o trabalho realizado por Rui Costa, a liderança de Jaques Wagner e a liderança do companheiro Jerônimo, que será o próximo governador da Bahia. (Mas) aqui não existe salto alto. Nunca tiramos a sandália da humildade, recebemos com entusiasmo esses apoios, mas não baixamos a guarda um milímetro”, anunciou o presidente do PT na Bahia.
“Aqui é trabalho, aqui sempre foi trabalho e sempre será. Então, força total, vamos manter nossa militância aguerrida nas ruas, nas redes, nas roças. Vamos manter os nossos comitês abertos, vamos manter força total. Queremos ampliar a votação de Jerônimo como vamos ampliar a votação de Lula. Nem um segundo de descanso: aqui é trabalho, trabalho e trabalho”, acrescentou Valadares.
ACM faz apoio velado a Bolsonaro
Em paralelo, a campanha de ACM Neto pretende apostar na “neutralidade” sobre a disputa para a presidência da República. Uma vez que a rede do ex-prefeito estima que metade dos 3,3 milhões de votos recebidos por ACM Neto no domingo foram de eleitores de Lula. O que torna improvável um apoio ao atual presidente Jair Bolsonaro (PL).
Mas, a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, identificou que há um acordo sendo costurado por apoiadores de Bolsonaro para que, apesar de não ceder palanque, ACM Neto conceda parte da estrutura política de campanha para trabalhar pelo candidato à reeleição. Nesse caso, prefeitos, deputados e cabos eleitorais que trabalham pelo ex-prefeito também vão buscar angariar voto a Bolsonaro. Mas sem divulgação para não comprometer a campanha ao governo estadual.
Ao jornal Valor Econômico, integrantes da campanha bolsonarista afirmaram que há um “apoio velado” de ACM Neto ao candidato do PL. E que a relação entre os dois “é ótima”. Ontem (6), os deputados Arthur Maia e Elmar Nascimento, ambos do União Brasil da Bahia e muito próximos do ex-prefeito, estiveram no Palácio da Alvorada entre dezenas de deputados que foram mostrar apoio a Bolsonaro no segundo turno.
Com informações dos portais Bahia.ba e Jornal da Chapada
Lula minimiza apoio de Zema a Bolsonaro e diz que ‘povo’ não é ‘gado’
O ex-presidente e candidato ao Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou o apoio do governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), ao presidente Jair Bolsonaro (PL) para o segundo turno a ser disputado entre os dois. Em entrevista coletiva antes de caminhada realizada pelo petista em Belo Horizonte, capital mineira, Lula afirmou que Zema tem liberdade de apoiar quem ele quiser, mas que o “povo” não é “gado”.
“Primeiro, o governador Zema tem liberdade de apoiar quem ele quiser. Não me oporei, nem pensava que fosse diferente [ele não apoiar Bolsonaro]. A única coisa que ele tem que levar em conta é [se ele] pensar que o povo é gado, que o povo pode ser levado prá lá e pra cá. O povo tem consciência”, disse.
Ele também prometeu terminar o Hospital Geral de Divinópolis, ressaltando os feitos dos governos petistas. “Se Zema fizer mais de 10% do que fizemos aqui em Minas, ele terá remorso. Ele precisa ver quantas casas populares foram feitas aqui em Minas até 2016”, afirmou o ex-presidente.
O governador mineiro anunciou, na última terça-feira (4), o apoio à reeleição de Bolsonaro. O mandatário afirmou que a ajuda é “essencial” e “decisiva” para vencer as eleições.
Zema, por sua vez, disse que tem divergências com o chefe do Executivo, mas que neste segundo turno das eleições é importante deixar as diferenças de lado para evitar uma vitória do ex-presidente petista.
Na entrevista, Lula também disse que não ganhou no primeiro turno porque uma parcela da população não quis, e relembrou os pleitos de 2002 e 2006, dizendo que nunca venceu uma eleição na primeira etapa. Ademais, reiterou que aceitará o resultado das eleições independentemente de qual for.
“Agora, os votos estão definidos. Quem é Cruzeiro, é cruzeiro e quem é Atlético, é Atlético. Agora não tem choro nem vela, quem tiver mais voto ganha. Gostaria de ter convencido mais gente a votar em mim, mas o resultado será acatado. Por mim não tenham dúvida. Quem ganhar, e espero que seja eu, tenha direito de sorrir, e quem perder, tenha direito de chorar.”
Lula também reagiu à decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que obrigou a retirada de conteúdos que envolvem Bolsonaro a práticas canibalistas, com base em entrevista dada pelo então deputado ao jornal americano The New York Times em 2016.
“Justiça pediu para tirar coisa nossa que não é fake news. É o presidente falando em entrevista. Ele pensa assim. Se puder, ele come índio”, declarou.
Semanas antes do primeiro encontro do eleitor com as urnas, Zema disse ter recusado proposta de aliança com Bolsonaro, mas questionado sobre um possível apoio no segundo turno, afirmou que “apoiar o PT te adianto que não apoiarei”.
Porém, Zema também declarou achar natural um voto combinado entre ele e Lula, chamado de “Luzema”. “O eleitor é pragmático. Ele vota onde percebe que há melhores perspectivas e tivemos no passado uma coincidência durante o governo do presidente Lula de uma série de fatores no mundo”, disse.
Lula e Bolsonaro confirmam presença em primeiro debate do 2ª turno
Os candidatos à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) confirmaram presença no debate presidencial organizado por Folha de S.Paulo, UOL, TV Bandeirantes e TV Cultura, o primeiro do 2ª turno das eleições. O evento será no dia 16 de outubro, um domingo, às 20h.
Na próxima terça (11), haverá uma reunião com as campanhas de Lula e Bolsonaro para definir as regras do debate.
Em agosto, o mesmo pool de veículos promoveu o primeiro debate entre os presidenciáveis do primeiro turno, que contou com a presença de Lula, Bolsonaro e outros quatro candidatos.
O segundo turno da eleição será realizado no próximo dia 30.
No último domingo (2), o petista recebeu 48,4% dos votos válidos, ante 43,2% do presidente.
Aliado de Rodrigo Pacheco diz que presidente do Senado votará em Lula no 2º turno
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), tem silenciado sobre seu voto para presidente da República. Mas um de seus principais aliados mostra não ter dúvidas sobre a escolha do parlamentar: ele votará em Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com o jornal O Globo, nesta quinta-feira (6), em um ato ao lado de Lula e demais membros do PSD, como o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que declarou apoio ao petista, o senador Alexandre Silveira (PSD-MG), que é aliado de primeira hora de Pacheco, disse, em discurso, que o presidente do Senado é eleitor do petista.
“Tenho absoluta convicção que também [Pacheco] é eleitor do senhor e que vai defender o nome do senhor para poder governar o Brasil”, afirmou Silveira.
O perfil conciliador e a defesa que Pacheco tem feito da democracia à frente do Senado são destacados por petistas, que indicam apoiar sua reeleição para a Presidência da Casa. Segundo interlocutores de Pacheco, no encontro de quinta-feira, Lula teria sinalizado que vê Pacheco como um nome capaz de manter a estabilidade do Congresso, independentemente do resultado das eleições presidenciais
Bolsa fecha em alta após apoio a Lula de economistas do Plano Real
A Bolsa de Valores fechou com ligeira alta nesta quinta-feira (6) após ter atingido as máximas do dia pela manhã, quando circulou a notícia de uma manifestação de economistas ligados à criação do Plano Real a favor da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O índice Ibovespa, referência da Bolsa brasileira, subiu 0,31%, aos 117.560 pontos, apesar do contexto internacional pouco favorável, com os principais indicadores do mercado global em baixa.
Perto das 11h, o Ibovespa alcançou a maior patamar da sessão, subindo aos 118.382 pontos.
Os economistas Edmar Bacha, um dos pais do Plano Real, e Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda de Fernando Henrique Cardoso, divulgaram nota nesta quinta declarando que vão votar em Lula no segundo turno da eleição presidencial.
Os economistas Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, e Persio Arida, outro economista que participou da formulação do Real, já haviam anunciado essa opção, mas também assinam a nota.
Os quatro afirmam que a expectativa é que o candidato do PT tenha uma condução responsável na economia.
Analistas já tinham sinalizado a expectativa de que o resultado apertado do primeiro turno, com o presidente Jair Bolsonaro (PL) tendo alcançado uma votação acima da esperada, obrigaria a candidatura petista a dialogar com nomes alinhados ao capital. A manifestação de pesos-pesados da economia nacional nesta quinta reforçou essa narrativa.
“O mercado está gostando desse apoio do pessoal que participou do Plano Real ao Lula”, afirmou Luiz Carlos Corrêa, sócio da Nexgen Capital. “Isso mostra que o Lula está saindo um pouco da esquerda e indo mais ao centro”, comentou.
Ilan Arbetman, analista de pesquisa da Ativa Investimentos, disse que não houve um catalisador claro sobre o mercado nesta quinta, mas considerando que o exterior recuou mesmo com a divulgação de que aumentaram os pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos —esse dado costuma ser lido como um sinal de redução da pressão inflacionária e potencialmente favorável às ações—, a corrida eleitoral é o que melhor explica o desempenho da Bolsa no Brasil.
Para Arbetman, o mercado enxerga “um prolongamento do recado das urnas, que elegeram mais governadores, senadores e deputados de direita”, disse. Isso cria a expectativa de que Lula, caso seja eleito, poderá “ir mais para o centro” ou “ao menos abrir um diálogo com a direita”, comentou.
O mercado de ações do Brasil avança quase 7% nesta semana, refletindo em grande parte esse otimismo de investidores com os possíveis efeitos da disputa mais acirrada entre Bolsonaro e Lula no segundo turno.
“O PT percebeu agora que vai precisar adotar uma política de mais responsabilidade fiscal e caminhar mais para o centro”, opinou Rodrigo Cohen, analista da Escola de Investimentos. “Essa sinalização é positiva para o Ibovespa.”
Cohen ainda ressaltou que a notícia entendida como favorável à candidatura do ex-presidente colaborou com altas de ações de empresas do ramo educacional, como Cogna e Yduqs, que subiram 6,85% e 4,98%, respectivamente. “Sabemos que o setor de educação seria um dos principais beneficiados em um governo de Lula.”
DÓLAR SOBE DIANTE DO TEMOR DE MAIS INFLAÇÃO APÓS CORTE DO PETRÓLEO
O bom humor momentâneo do mercado acionário local não foi suficiente, porém, para barrar a alta do dólar, cuja cotação avançou contra as principais divisas mundiais diante da preocupação com o impacto na inflação do corte da produção de petróleo anunciado na véspera.
No câmbio do Brasil, o dólar comercial à vista subiu 0,44%, cotado a R$ 5,21 na venda.
A moeda americana avançou contra os principais pares nesta quinta, revelando a preocupação com a ameaça de reforço da inflação após o anúncio de uma expressiva redução da produção de petróleo por parte do cartel de países produtores e seus aliados, conhecido pela sigla Opep+.
O volume de corte anunciado nesta quarta (5), na ordem de 2 milhões de barris por dia, surpreendeu o mercado, que esperava a metade disso. Essa redução na produção será a maior desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020.
No encerramento da tarde desta quinta-feira, o barril do petróleo Brent subia 1,69%, cotado a US$ 94,95 (R$ 493,75). O preço da matéria-prima já avançou 7% nesta semana.
Restringir a oferta é a estratégia da Opep para elevar os preços, que caíram mais de 20% no terceiro trimestre devido ao aumento da percepção de que o cenário internacional de alta dos juros para frear a inflação poderá trazer severo prejuízo para o crescimento da economia mundial.
Ações de empresas ligadas à mercadoria foram beneficiadas pela escalada no preço. No Brasil, os papéis mais negociados da Petrobras fecharam em alta de 3,41%.
De modo geral, porém, os mercados acionários estão reagindo mal à retomada da alta dos custos da energia, um dos principais motivos desde o início da Guerra da Ucrânia, em fevereiro, para a crise inflacionária que está forçando bancos centrais a elevarem suas taxas de juros.
Em Wall Street, os principais índices recuaram nesta quinta pelo segundo dia consecutivo. O S&P 500, parâmetro da Bolsa de Nova York, caiu 1,02%. Dow Jones e Nasdaq perderam 1,15% e 0,68%, respectivamente.
A necessidade de aumento exagerado do preço do crédito é temida por investidores porque poderá impor uma forte desaceleração da economia mundial, cujos efeitos seriam a queda generalizada dos investimentos em empresas e, consequentemente, aumento do desemprego.
Perspectiva de poder de Jerônimo seduz mais do que ACM Neto no 2º turno
Passado o primeiro turno das eleições de 2022, começam a ficar implícitos os comportamentos daqueles que trabalham, a cada dois anos, com a perspectiva de poder. Isso acontece tanto no plano nacional, quando no plano estadual e pode ser exemplificado pelas idas e vindas de partidos e políticos de um barco para outro, a depender de como os ventos sopram. Se entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) esses ventos também sugerem planejamento de longo prazo, já de olho em 2026, no caso da corrida pelo governo da Bahia eles dificultam qualquer esforço de ACM Neto (União) para reverter o quadro, agora completamente favorável a Jerônimo Rodrigues (PT). Porém sobram analistas sobre a corrida do Planalto, então tracemos o recorte baiano.
O ex-prefeito de Salvador liderou as intenções de voto na maioria das pesquisas realizadas antes do primeiro turno. Ancorados nesses números, diversos prefeitos, candidatos e/ ou lideranças políticas enxergavam em ACM Neto uma perspectiva real de poder. Então, houve o movimento de aproximação desses grupos, que tinham uma perspectiva fisiológica, mas que imaginavam que o ciclo do PT na Bahia estaria prestes a acabar. O resultado disso pode ser visto com a robusta aliança obtida pelo candidato do União Brasil na construção do primeiro turno. E foi uma aposta que, ao abrir das urnas, mostrou-se equivocada. O ex-gestor da capital foi ultrapassado por Jerônimo e, por muito pouco, não se viu derrotado na primeira etapa.
Agora, sob uma nova perspectiva, vê-se um movimento no sentido contrário. Lideranças que antes estavam com ACM Neto começam a migrar o apoio para a candidatura de Jerônimo sem qualquer tipo de constrangimento. É algo típico da política, decerto, mas algo que precisa ser evidenciado também. Aos poucos, ex-aliados iniciam conversas ao pé do ouvido – ou nem tanto -para aderir novamente ao petismo na Bahia e o ex-prefeito se vê mais isolado e sem muitos caminhos para driblar esse cerco. Ao PT e a Jerônimo cabem aceitar de bom grado, pois expõe a fragilidade do adversário e esfacela as chances, já pequenas, de uma mudança na posição que as urnas deixaram os dois candidatos que disputam o segundo turno.
ACM Neto já não tem a mesma perspectiva de chegar ao poder como tinha antes das urnas. Jerônimo, por outro lado, rascunha a vitória sem tantos sobressaltos, bastando apenas não cometer os erros que o adversário cometeu ao longo da campanha no primeiro turno. A partir dessa expectativa de vitória, os políticos vão migrar, acompanhando as ondas da cena local. Ou o ex-prefeito consegue mudar para onde sopram os ventos ou ficará a ver navios.
Na Bahia petista, PSD e Otto foram os grandes vencedores do primeiro turno de 2022
Nem PT, que ficou em primeiro com Jerônimo Rodrigues pelo governo da Bahia, nem União Brasil, com o fundão eleitoral e a campanha de ACM Neto (União), podem ser considerados vitoriosos na corrida pelas vagas proporcionais baianas. O título cabe ao PSD e ao poderio de Otto Alencar, senador reeleito e que não teve a supremacia ameaçada em momento algum da campanha. Os socialdemocratas garantiram seis cadeiras na Câmara dos Deputados e nove na Assembleia Legislativa da Bahia – não são as maiores bancadas, mas foram os candidatos com votação mais expressiva nominalmente.
O “coronel” Otto sempre foi um fator importante na disputa eleitoral baiana. Tanto que, ainda que o governador Rui Costa (PT) tenha tentado articular uma candidatura ao Senado, a prevalência da reeleição do presidente do PSD nunca foi colocada em dúvida. Era Otto a escolher se seria ou não candidato ao governo, e o resultado da novela foi a escolha do desconhecido Jerônimo para o Palácio de Ondina. Ex-governador, ele estava na aposentadoria política no Tribunal de Contas dos Municípios quando foi instado a ser vice de Jaques Wagner em 2010. Desde então, sempre foi fiel ao grupo e decisivo como ficou evidente nas urnas.
No passado recente da Bahia, o governador puxava votos para senador. Em 2022, o cenário que se viu foi diferente. Descolado de Jerônimo, Otto mais transferiu votos ao candidato ao governo do que o sentido contrário. Por mais que a lealdade nunca tenha sido posta a prova, o senador preferiu não depender exclusivamente do esforço do petismo e se manteve equidistante de ataques ao adversário, enquanto capitaneava votos para si e para o aliado. Agora colhe os louros dessa estratégia, que se mostrou acertada.
O PSD teve quatro dos cinco deputados mais bem votados pela Bahia para a Câmara. No caso da Assembleia, a hegemonia foi maior: os três melhores colocados são do partido. E com chapas proporcionais menores que a de adversários, ou seja, não precisou construir tantas candidaturas escada para lograr êxito nas urnas. É uma estratégia autocentrada, mas que conseguiu garantir as cadeiras desejadas – os únicos que talvez tenham ficado frustrados foram Charles Fernandes e Jusmari Oliveira, que não conseguiram reeleição.
Agora, no segundo turno, caso a “tropa” do PSD se mantenha no campo, Jerônimo vai permanecer em débito com o partido, que já ensaia cobrar espaços. A sinalização de que quer continuar com a presidência da Assembleia é apenas a ponta visível desse iceberg. A fatura não é barata, mas vale a pena ser paga. E olha que sequer entramos no mérito do peso de Otto ter anunciado que uma ala do PSD vai apoiar Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições.
Prefeitos já se preparam para abandonar ACM Neto
Acabam de sair informações de fontes próximas ao ex-prefeito de Salvador ACM Neto que concorre ao governo do estado, que desde cedo desta segunda-feira, o seu núcleo de campanha tentar acalmar os prefeitos que lhe deram apoio até ontem.
A tensão central é de que muitos prefeitos estão magoados e se sentindo traídos por aderirem ao carlista por apresentar pesquisas falsas que lhe davam vitória já no primeiro turno, o que fez muitos acreditarem dando apoio ao candidato do União Brasil e acabaram se decepcionando com as informações passadas, quando na verdade o seu adversário petista não o venceu por pouco menos de um ponto percentual.
Segundo estas fontes, muitos prefeitos já estão dialogando com lideranças ligadas à Jerônimo do PT para apoiá-lo neste segundo turno, provocando uma debandada da base do ex-prefeito Neto.
Também, muitos deputados eleitos, reeleitos e candidatos derrotados que estavam com ACM Neto até ontem, hoje já fizeram contato com o próprio governador Rui Costa garantindo adesão à candidatura de Jerônimo, principalmente nos municípios em que Lula venceu. Dos 417 municípios baianos, Lula venceu em 415 e Bolsonaro em 02.
Vale ressaltar que o candidato ao governo da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), venceu em 351 dos 417 municípios baianos (84,17%) contra o concorrente ACM Neto (União Brasil), no primeiro turno das eleições 2022. Os dois disputam o segundo turno no dia 30 de outubro.
Jerônimo Rodrigues(PT) não venceu já no primeiro turno por pouquíssimos votos, contrariando mais uma vez as pesquisas divulgadas pelos meios de comunicação da própria familia do candidato ACM Neto.
Dayane, Nilo, Josias e Kannário fracassam na tentativa de reeleição para Câmara; confira derrotados No total, 11 políticos não se reelegeram a deputado federal pela Bahia
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Nas eleições deste domingo (2), 11 deputados federais não foram reeleitos na Bahia. Os candidatos que mais perderam votos em relação a 2018 foram Dayane Pimentel (UNIÃO), Marcelo Nilo (Republicanos) e Igor Kannário (UNIÃO).
A candidata Dayane obteve, este ano, 29.979 votos. Ou seja, 106.763 a menos do que os 136.742 recebidos em 2018. Já Nilo perdeu o apoio de 49.914 eleitores, obtendo nestas eleições 65.363 votos. Já Kannário ficou com 20.514 votos — uma diminuição de 34.344 em comparação há quatro anos.
No total, sete foram os políticos do estado que concorreram à Câmara e não foram reeleitos. Além de Dayane, Nilo e Kannário, o ex-secretário do governador Rui Costa, Josias Gomes (PT), também perdeu eleitores: foi de 115.571 para 90.131. Em 2018, ele havia sido reeleito.
Em contrapartida, Uldurico Junior (MDB) — reeleito na eleição passada, Tito (Avante) e Charles Fernandes (PSD) receberam mais votos este ano. Os resultados, no entanto, não foram suficientes para garantir a reeleição.
Os políticos João Roma (PL) e Cacá Leão (PP) se candidadatam aos cargos de governador do estado e senador, respectivamente, por isso não concorreram à reeleição na Câmara. Ambos perderam a eleição dos cargos que disputaram em 2022.
Ronaldo Carletto (Progressistas) esteve nestas eleições como candidato a suplente de Cacá Leão pelo Senado. O seu sobrinho, Neto Carletto, foi eleito deputado.
Em uma situação semelhante, José Nunes (PSD) se absteve do processo para apoiar o seu filho Gabriel Nunes (PSD) — eleito no congresso.
Confira os candidatos à Câmara que não foram reeleitos na Bahia:
- Dayane Pimentel (UNIÃO) – 29.979 votos
- Marcelo Nilo (Republicanos) – 65.363 votos
- Uldurico Junior (MDB) – 69.087 votos
- Igor Kannário (UNIÃO) – 20.514 votos
- Tito (Avante) – 49.571 votos
- Charles Fernandes (PSD) – 99.815 votos
- Josias Gomes (PT)- 90.131 votos
Candidatos a outros cargos:
- João Roma (PL) – perdeu nas eleições para governador do estado
- Cacá Leão (PP) – perdeu nas eleições para senador
- José Nunes (PSD) – apoiou filho, eleito a deputado federal
- Ronaldo Carletto (Progressistas) – apoiou sobrinho, eleito a deputado federal