As autoridades municipais passaram um tempo em guerra de mídia com o governo do Estado, tendo como pano de fundo a quantidade de leitos hospitalares disponíveis para pacientes com o novo coronavírus, ao tempo em que parecia considerar normal o crescimento de casos e de mortes. Até mesmo as menções nos boletins lamentando as mortes parou de fazer quando foi confirmado o 24º óbito, no dia 15 de julho. Só voltou a fazê-lo no dia 8 de agosto, depois de ser insistentemente criticado nas redes sociais. Isso nos releases publicados pela Secretaria de Comunicação (Secom), porque o prefeito Herzem Gusmão, pessoalmente, até ontem não havia dedicado um linha ou áudio para lamentar as perdas em suas redes sociais, onde enaltece suas ações.
Morreram pela Covid-19 três moradores de Conquista em abril, dois em maio, 12 em junho, 43 em julho e neste mês já são 40. Vitória da Conquista chegou à marca de 100 mortes. O total de casos foi para 5.329.
O que é luto oficial? Na prática, quase nada. Apenas a bandeira a meio mastro e um documento publicado no Diário Oficial. O texto sobre a medida, publicado no site oficial, diz que a Prefeitura “não vai realizar inaugurações ou comemorações”.
Um escárnio. O luto Oficial termina no final da segunda-feira. Não havia inaugurações a fazer neste período e se fizesse comemorações o que poderíamos dizer deste governo?
Haverá um decreto de luto para cada morte que se seguirá?
Porque nossa esperança, oração e fé é para que essa pandemia, a tragédia do novo coronavírus acabe, mas a realidade nos indica que isso não vai agora, não logo. Lamentavelmente, mais mortes ocorrerão. Quantos decretos de luto oficial virão? Ou vão esperar outra “marca”, um número redondo, 110, 150, 200…?
O decreto não muda nada. Não representa uma ação do governo municipal contra a doença e as mortes que ela causa. Tudo seguirá na normalidade do protocolo CGC, da Prefeitura, de Herzem, que, finalmente, fez um vídeo lamentando as perdas de vidas conquistenses pela Covid-19.
Não dá para passar pano: mortes de pessoas não deveriam servir ao marketing político.
MATÉRIA: Jornalista Giorlando Lima- Blog do Giorlando Lima.
Foto: Blog do Anderson.