Senador Otto Alencar Foto: Reprodução

Desde que o Senador Jaques Wagner (PT) anunciou que não será candidato ao Governo da Bahia, na noite da última quinta-feira (24), a base estadual petista tem enfrentado uma série de conflitos. Isso porque o senador Otto Alencar (PSD) foi apontado como favorito para assumir a candidatura, o que desagrada parlamentares do grupo que tem como desafio enfrentar ACM Neto (UB) no pleito deste ano.

O ex-presidente Lula chegou a declarar à imprensa que Otto tem seu aval para ser candidato ao que escolher. Mas nem mesmo a declaração evitou as manifestações contrárias dentro do partido. Em nota à imprensa, o deputado federal Jorge Solla (PT) declarou que “desautoriza” o lançamento de Otto Alencar como candidato do grupo ao governo estadual.

“Diante a divulgação na imprensa de formulações e montagens de chapa à eleição estadual na Bahia, declaramos que não reconhecemos nenhuma decisão que não passe pelas devidas instâncias partidárias. O órgão máximo de definição da tática eleitoral é o encontro partidário”, afirma.

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E conclamou as bancadas federal e estadual do partido, prefeitos, vereadores, dirigentes e a militância para defender a candidatura própria do PT com Wagner. “O PT é um partido político, diferente de outros, que não tem dono, tem instâncias de decisão que são respeitadas.”

O deputado federal Valmir Assunção (PT) também protestou em declaração pública nesta sexta-feira (25). “Eu acho que essa tese é uma grande barbeiragem política, no meu ponto de vista. O nome que unifica todos os partidos é o de Wagner”, disse.

A vereadora de Salvador Maria Marighella (PT) também afirma não reconhecer a composição com Otto Alencar na cabeça de chapa. E entrevista ao site de notícias BNews disse que não acata a decisão como sendo do partido.

“Não autorizamos que essa seja a nossa chapa. Queremos questionar para revertê-la. Por enquanto, estamos reinvindicando participação e diálogo. Queremos participar. Se vai haver adesão, reposicionamento do partido é outra questão e ainda é cedo para falar. Não reconhecemos essa chapa como oficial para o PT assumir como sua”, disse.

O nome de Wagner era consenso da bancada baiana do PT, conforme afirmou o presidente estadual do partido, Éden Valadares. “A defesa da candidatura de Wagner é consenso no PT, assim como a importância e relevância que o nosso governador Rui Costa terá no processo eleitoral”, disse dias antes da reviravolta provocada pela mudança de planos de Jaques Wagner.

Os petistas convocaram uma plenária para a próxima segunda-feira (28) na qual devem reunir deputados, prefeitos, vereadores e líderes do partido para reafirmar o apoio ao nome de Jaques Wagner.

Impasse duplo

No comando nacional do PSD, a indicação de Otto como candidato ao Governo do Estado também enfrenta resistência. A direção do partido acredita que o melhor caminho seria Otto concorrer à reeleição no Senado.

O impasse teria levado parte do grupo a propor um terceiro arranjo que teria um novo nome do PT no lugar de Wagner e a manutenção de Otto como candidato ao Senado.

O obstáculo seria a falta de um nome natural para a posição. A última opção seria Wagner recuar e voltar a ser candidato. No entanto, esse cenário parece improvável. Aos 70 anos, Wagner afirma que a decisão é de caráter pessoal. O ex-ministro disse estar confortável com o mandato no Senado, que se encerra em 2027, e não pretende voltar ao Executivo baiano.

 

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