A vacinação no município, que fica a 315 quilômetros de São Paulo e a 26 quilômetros de Ribeirão Preto (SP), está prevista para começar em 17 de fevereiro.

O anúncio do projeto elevou a procura por imóveis de pessoas interessadas em se mudar para a cidade com o objetivo de conseguir a vacina destinada ao estudo. Mas, justamente para evitar que isso aconteça, Serrana já havia sido mapeada por meio de um censo em parceria com o Instituto Butantan, o Hospital Estadual e a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).

Segundo o Butantan, o objetivo é imunizar 30 mil voluntários entre os 45.644 moradores. Os lotes da vacina são exclusivos para o estudo e o uso deles não interfere na distribuição para as outras cidades, de acordo com o instituto.

“É importante que seja o máximo de pessoas possível e que sejam pessoas da cidade mesmo”, afirma a médica infectologista Natasha Nicos Ferreira, integrante da equipe responsável pelo estudo.

Até quarta-feira (10), de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, Serrana somava 2.401 casos de Covid-19 e 57 mortes por complicações da doença. O primeiro caso foi registrado em 3 de abril e o primeiro óbito em 22 de abril.

Como pertence à Diretoria Regional de Saúde 13, a cidade está na fase laranja do Plano São Paulo, programa do governo estadual que estabelece regras para a retomada econômica diante do enfrentamento à pandemia. Nesta etapa, podem funcionar comércio, restaurantes, salões de beleza, academias.

Dados sobre Serrana e a Covid-19 no município

Dados da Secretaria Municipal de Saúde apontam os seguintes números:

  • População do município: 45.644
  • Casos suspeitos: 8.497
  • Casos confirmados: 2.401
  • Mortes: 57
  • Casos descartados: 6.085
  • Por que Serrana terá vacinação em massa?

    No ano passado, a cidade realizou um inquérito sorológico, coordenado pela Prefeitura, para saber a prevalência do novo coronavírus na população. A segunda fase desse inquérito estimou que 10,6% dos 160 voluntários tinham sido infectados pelo novo coronavírus e que 2,5% estavam com a doença ativa, ou seja, em condições de transmitir para outras pessoas. O resultado chamou a atenção de pesquisadores.

    No domingo (7), ao anunciar a escolha da cidade para o estudo inédito sobre a vacina, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que o município tem cerca de 10 mil habitantes que se deslocam diariamente pela região por conta de trabalho, o que pode favorecer a propagação do novo coronavírus.

    Além disso, Serrana fica próximo a Ribeirão Preto, importante polo de saúde do país, que fornece estrutura de apoio para a pesquisa.

    De acordo com o diretor do Hospital Estadual de Serrana e coordenador da pesquisa, Marcos Borges, as análises da CoronaVac realizadas até agora avaliaram a eficácia dela. Agora, os cientistas vão estudar como ela se comporta no meio em que foi distribuída.

    “Esse estudo vai avaliar qual o efeito da vacinação no bloqueio da pandemia. Se ela reduz casos graves, mortalidade, transmissão, então é um estudo no mundo real, por isso é muito importante.” G1

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