Maior índice de acidentes de trabalho na Bahia ocorre no setor hospitalar, aponta MPT
Mais de 570 pessoas morreram vítimas de acidentes de trabalho na Bahia entre os anos de 2012 e 2018. Os dados são de um estudo do Ministério Público do Trabalho (MPT), que indica que mais de oito mil acidentes de trabalho na Bahia foram registrados no setor hospitalar. A pesquisa leva em consideração dados dos últimos cinco anos. Ainda foi observada uma grande quantidade de acidentes nos setores de construção de edifícios e transporte rodoviário de carga. Os dados estão disponíveis no Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho (acesse aqui), uma espécie de banco de dados, onde é possível fazer pesquisas específicas. A coordenadora regional de defesa do meio ambiente de trabalho do MPT, procuradora Silvia Valença, afirma que “chama atenção a informação de que o setor hospitalar emitiu quase quatro vezes mais CATs [Comunicados de Acidente de Trabalhos] do que o setor da construção civil”. Ela ressalta que funcionários da área de saúde estão constantemente expostos a riscos biológicos e a resíduos contaminados, além de exposição à radiação e jornadas de trabalho longas, cansativas e estressantes. O MPT tem aberto inquéritos sobre o trabalho neste ramo e neste mês de abril alerta sobre a importância de garantir ambientes de trabalho sadios e seguros, dentro da campanha Abril Verde. Segundo o Observatório, entre 2012 e 2017, 74 mil pessoas sofreram acidentes no ambiente de trabalho na Bahia. A plataforma mostra ainda que, nesse período, a Previdência Social gastou mais de R$ 27 milhões com benefícios acidentários. Na Bahia, o valor pago pelo INSS por afastamento de trabalho vem caindo. Enquanto em 2012 se pagou quase R$ 138 mil, em 2017 o gasto foi de pouco mais de R$ 61 mil. Os setores que mais afastam trabalhadores são a administração pública, bancos e construção de edifícios. Ainda segundo os dados, as lesões mais frequentes em atividades laborais são corte, laceração, fraturas, contusão, esmagamento, torção e distensão. O MPT afirma que o número de mortes, apesar de ser grande, vem caindo nos últimos anos. Essa queda é atribuída a atuação dos órgãos que regulamentam as leis trabalhistas e que protegem o trabalhador são seguidas, visando o bem-estar e a saúde dos obreiros.