Antes mesmo de se cogitar uma pandemia, a saúde já era um dos grandes gargalos do prefeito reeleito de Vitória da Conquista, Herzem Gusmão, atualmente afastado para tratamento do Coronavírus. Em 2020, a saúde municipal viveu uma verdadeira crise, com a paralisação de profissionais de saúde da Santa Casa de Misericórdia com salários atrasados e com a suspensão dos atendimentos da Policlínica Regional de Saúde a pacientes conquistenses por atrasos nos pagamentos das parcelas do consórcio.

No início desse ano, com a segunda onda de Coronavírus que atingiu o estado, os leitos de UTI destinados a pacientes com a doença chegaram próximo da ocupação máxima por diversas vezes. Ainda assim, a Prefeitura não voltou atrás na flexibilização das atividades comerciais e adotou uma fiscalização precária a bares e restaurantes que descumpriram escancaradamente os protocolos estabelecidos pela própria Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Pressionada e criticada pela sua atuação frente à pandemia, a prefeita em exercício, Sheila Lemos, adotou a postura de Herzem, afirmando que a culpa pela altos índices de ocupação dos leitos de UTI eram culpa do Governo do Estado, que não abria leitos em hospitais da região, ocasionada uma sobrecarga no sistema de saúde conquistense. Em uma entrevista ao Jornal Band News, na último dia 22, ela disse ainda que não estaria recebendo apoio dos deputados estaduais José Raimundo Fontes e Fabrício Falcão, e dos deputados estaduais Waldenor Pereira e Jorge Solla, todos com muita representação em Vitória da Conquista.

Durante uma entrevista por telefone ao programa Conquista de Todos, na noite da última quarta-feira (24), o deputado Waldenor Pereira respondeu às alegações da prefeita. Além de apresentar os recursos enviados tanto por meio do Governo do Estado quanto diretamente à Prefeitura de Conquista, ele cobrou explicações sobre o montante gasto com o combate ao Coronavíru pela gestão municipal.

“Esse tema não deve ser tratado de forma partidária, ideológica, se trata de um assunto suprapartidário, que deve envolver a atenção, o interesse de todas as lideranças políticas, comunitárias, sindicais, pois atinge a população de todo o mundo, do Brasil, da Bahia e de Vitória da Conquista. Inicialmente, a Prefeitura deveria prestar contas à população a respeito das ações concretas que estão sendo realizadas pela Prefeitura. E também prestar contas dos recursos recebidos para a área da saúde. É importante destacar que, das 70 vagas de UTI disponíveis no município, 60 delas são financiadas pelo Governo do Estado. A Prefeitura financia apenas 10 vagas de UTI na Santa Casa de Misericórdia. Portanto, as vagas de UTI são, majoritariamente, mantidos pelo Governo do Estado”, relembrou o parlamentar.

Sobre as ações destinadas ao município, Waldenor afirmou que tanto ele quanto Zé Raimundo têm ajudado, através da destinação de recursos, a manter essas vagas de UTI. “Nós temos ajudado bastante o Governo do Estado na manutenção destes leitos. No ano passado, eu e o companheiro Zé Raimundo destinamos R$ 5 milhões para o combate ao Coronavírus, sendo R4 3,5 milhões destinados ao Hospital de Base, que foram suficientes para a instalação de 30 novos leitos de UTI. E R$ 1,5 milhão nós destinamos à Prefeitura municipal. Além disso, nos destinamos R$ 400 mil apenas para a Santa Casa de Misericórdia. Portanto, só para Vitória da Conquista foram R$ 5,4 milhão por ação conjunta do meu mandato com o deputado estadual Zé Raimundo, para o combate ao Coronavírus”, reiterou.

O deputado apresentou ainda dados do Ministério da Saúde aos quais teve acesso mostrando os montante gasto com a saúde municipal no ano de 2020. Ao todo, o valor se aproxima dos R$ 168 milhões, dos quais R$ 30 milhões foram destinados a ações de combate à pandemia. “Antes de politizar a questão, seria muito importante que a Prefeitura, num ato de transparência, inclusive seria interessante que a prefeita em exercício, para marcar sua passagem como prefeita do município, que ela pudesse confirmar os dados que estou apresentando e pudesse prestar contas ao município, o que efetivamente foi gasto, onde foi gasto, onde o recurso foi aplicado. Isso é o mínimo que a população de Vitória da Conquista deve exigir a respeito dessa matéria”, cobrou Waldenor.

Ações na região

Além de culpar o Governo do Estado pela alta taxa de ocupação do leitos de UTI no município, a prefeita interina ainda colocou como fator condicionante para que o município aderisse ao toque de recolher com horário antecipado, a abertura de novos leitos no Hospital Oncológico de Caetité.

A medida seria uma forma de desafogar o sistema de saúde conquistense. A solicitação foi acatada pelo Governo do Estado, que deve inaugurar esses novos leitos nesta sexta-feira (26).

O deputado afirmou que está destinando recursos para a manutenção desses novos leitos na região, como medida efetiva para diminuir a lotação dos leitos de UTI de Conquista. “Eu estou colaborando também com o município de Caetité com R$ 1 milhão, eu e Zé Raimundo. O governador estará instalando 10 novos leitos de UTI para poder desafogar Vitória da Conquista. Também já destinamos recursos na ordem de quase R$ 1 milhão para o Hospital Prado Valadares, em Jequié, também para desafogar Vitória da Conquista”, pontuou Waldenor.

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