Recontagem de votos confirma vitória de Biden na Geórgia Com o resultado, o presidente eleito deverá garantir os 16 votos em jogo do estado no Colégio Eleitoral. Será a primeira vez que um democrata vence na Geórgia desde 1992. Trump ainda pode pedir nova recontagem.
Funcionária do serviço de contagem de votos levanta placa que indica apuração completa em um dos pacotes de cédulas em Atlanta, na Geórgia (EUA), no sábado (14) — Foto: Brynn Anderson/AP Photo
A recontagem manual dos votos na Geórgia confirmou nesta quinta-feira (19) a vitória de Joe Biden no estado, disseram autoridades eleitorais. Com isso, o presidente eleito passa a ser o primeiro democrata a vencer nesse eleitorado desde 1992, ano em que Bill Clinton se elegeu.
Segundo números oficiais, Biden venceu Donald Trump no estado por 12.284 votos de vantagem: uma pequena redução de 496 votos em relação ao apurado inicialmente. O resultado será certificado oficialmente nesta sexta-feira (20).
Com a vitória de Biden na Geórgia, o placar no Colégio Eleitoral ficará com 306 votos para Joe Biden contra 232 de Donald Trump, segundo projeção da Associated Press.
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O procedimento ocorreu porque a apuração dos votos na Geórgia terminou com uma vantagem de Biden equivalente a apenas 0,28 ponto percentual. Uma margem como essa dá direito ao derrotado, neste caso Trump, a pedir recontagem.
Funcionários da autoridade eleitoral do condado de Cobb, na Geórgia, fazem auditoria dos votos na segunda-feira (16) para a recontagem das eleições presidenciais dos EUA — Foto: Mike Stewart/AP Photo
De acordo com o auditor Gabriel Sterling, a vantagem de Biden sobre Trump diminuiu levemente porque as autoridades incluíram um pacote com novas cédulas que não haviam sido contadas na primeira apuração.
A minúscula diferença em relação aos números divulgados anteriormente reforçam um padrão nas recontagens eleitorais americanas: na grande maioria das vezes, os resultados não mudam.
Como a diferença se manteve abaixo de 0,5 ponto percentual, Trump ainda terá a chance de pedir recontagem. Neste caso, porém, o procedimento ocorreria eletronicamente.
Caminho difícil para Trump
Presidente Donald Trump em imagem de 13 de novembro — Foto: Carlos Barria/Reuters
O resultado representa mais um revés para o presidente derrotado, que vem tentando reverter a vitória democrata nos tribunais — até agora, sem sucesso algum. Trump tem inclusive criticado autoridades da Geórgia, como o governador Brian Kemp e o secretário de Estado Brad Raffensperger, ambos republicanos.
Raffensperger chegou a denunciar republicanos próximos a Trump, como senador Lindsey Graham, por sofrer pressão para que interferisse na recontagem de votos para favorecer o presidente derrotado. O parlamentar negou qualquer intenção de intervir no processo.
O Partido Republicano continua de olho na Geórgia porque o estado terá em janeiro segundo turno na eleição para senador. São duas cadeiras em jogo. Se os aliados de Trump perderem ambas as votações, o Partido Democrata dominará o Senado por uma margem mínima: seriam 50 assentos para cada partido, e, nesse caso, a vice-presidente eleita Kamala Harris teria o direito ao voto de minerva.
Os republicanos ainda tentam se movimentar em dois estados que deram vitória ao democrata: Michigan, onde os trumpistas pressionam fiscais e parlamentares para mudar o resultado; e Wisconsin, estado no qual Trump desembolsou US$ 3 milhões para pedir recontagem dos votos em condados altamente favoráveis a Biden.