Pelo que ficou entendido, o encontro entre Zé Cocá (PP) e o governador Jerônimo Rodrigues (PT), foi um ato institucional, comum nas relações políticas entre governos. Jerônimo Rodrigues já havia dito que formalizou agenda com vários prefeitos, principalmente de cidades atingidas pelas últimas chuvas e as que tiveram dificuldades nas transições de governo.

“Eu tenho a obrigação de receber os prefeitos que votaram em mim e que não votaram. Eu estou me reunindo por objetivo, nesse momento, das chuvas. […]. Nós já chegamos a 32 municípios, cujos prefeitos e prefeitas eleitos já recebi, porque não houve uma transição de governo adequada. No meu conceito, não houve”, disse Jerônimo.

Em conversa com a imprensa baiana, ontem, quarta-feira (22), durante a solenidade na qual anunciou medidas para ampliar o efetivo das forças de segurança do Estado, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. Na entrevista, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) não descartou o interesse em ter como aliado político não só o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), como também prefeitos que não marcharam com ele durante as eleições de 2022.

Jerônimo acrescentou que “não fizemos tratativas sobre relações partidárias, mas fica aqui novamente, e aproveito vocês para dizer: o acolhimento será feito na medida que a confiança possa estabelecer. Zé Cocá foi um presidente de consórcio apoiado pelo (ex-governador e atual ministro da Casa Civil) Rui Costa (PT)”, disse o governador.  É natural que, se ele tiver interesse, nós vamos poder conversar sobre isso. Vai ser um prazer eu poder fazer mais pelo meu município, minha região”, disse Jerônimo.

Se de fato concretizar o retorno dos entendimentos políticos entre as partes, Zé Cocá terá as obras do Governo do Estado para surfar, já que a previsão para os próximos anos é de possível queda nas receitas municipais, como já aconteceu na arrecadação municipal, projetada para recolher R$ 110 milhões, mas, até agosto só arrecadou R$ 66 milhões. Além disso, o festival de Emendas Parlamentares chegou ao final com as decisões do Ministro do STF, Flávio Dino.

Amparado debaixo do guarda-chuvas do governo do PT, Zé Cocá precisará de muita articulação política para manter a relação sadia com os deputados de sua base, Leur Lomanto (UB) e João Leão, (PP). O principal enigma é se Zé Cocá deixará a prefeitura de Jequié e sairá candidato a deputado federal em 2026, já que essa aproximação com o PT descarta de vez, a frágil possibilidade de ser vice numa chapa da direita, com ACM Neto encabeçando a disputa para governo da Bahia.

FRIGIR DOS OVOS

Diante de todo esse cenário, surge uma pergunta desassossegada; como fica o Deputado Euclides Fernandes (PT), diante desse novo arranjo político?

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