Esperar uma rasteira de um desafeto é razoável, agora ser traído por alguém que estimamos é uma facada que rasga o coração.

Acaba que, levantar desse tombo, é bem mais difícil justamente porque aquele que deveria nos defender dos golpes do inimigo é quem nos fere de forma covarde.

Covarde porque a gente não espera, não está preparado e, principalmente, porque está com as defesas baixas pela confiança que o afeto causa

Então, você confessa todas as suas fraquezas a um amigo, revela dores escondidas, planos e pecados, vai construindo, através dos anos e das confidências, uma relação que você acredita ser real, forte, da qual tem muito orgulho e, de repente, vem a traição e… BUM!, explode a doce ilusão de uma cumplicidade que, na verdade, nunca existiu.

A primeira sensação é de que não pode ser real, que é mentira, que algo está errado. Você pode até tentar se enganar, mas, então, entende que, enquanto levava a amizade a sério, a pessoa debochava da sua cara e expunha sua história e seus segredos como um acontecimento corriqueiro de uma pública calçada.

É mais difícil ainda acreditar quando a desonestidade vem de dentro da família, quando aqueles que deveriam zelar por você são os que fazem as intrigas, quando quem deveria resguardar a sua honra é justamente aquele que espalha ao vento suas falhas e até inventa mentiras sobre a sua vida e quem você é.

A gente se sente sem chão. Como se o píer que sustenta nossos pés começasse a afundar sem que tenhamos para onde correr

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