O Dia da Árvore e o potencial da Bahia em preservação e produção sustentável
No dia 21 de setembro, celebramos o Dia da Árvore, uma data que nos convida à reflexão e conscientização sobre a importância das árvores para a qualidade de vida e o equilíbrio do meio ambiente. Essa celebração vai além de simplesmente plantar uma árvore; trata-se de adotar uma postura de convivência sustentável, pensando nas futuras gerações e no papel fundamental das árvores.
As árvores são essenciais para a vida na Terra. Elas aumentam a umidade do ar, protegem contra erosões, realizam a fotossíntese que resulta na produção de oxigênio e benefícios significativamente para a biodiversidade ao fornecer abrigo e alimento para diversas espécies da fauna. Além disso, são fontes de matéria-prima para alimentos, medicamentos e outros produtos essenciais ao ser humano. Esses serviços ecossistêmicos oferecidos pelas árvores são fundamentais para a nossa sobrevivência e para a saúde ambiental das cidades e áreas rurais.
Na Bahia, um estado rico em biodiversidade e com vastos ecossistemas, o potencial das árvores vai além da preservação ambiental. O desenvolvimento de projetos de arborização urbana, por exemplo, contribui para a melhoria da qualidade de vida ao diminuir a temperatura nas cidades, reduzir o efeito térmico e minimizar enchentes. Nos espaços urbanos, árvores cuidadosamente planejadas e implementadas por profissionais capacitados, como Engenheiros Florestais e Agrônomos, favorecem a infraestrutura verde que traz benefícios consideráveis tanto para o meio ambiente, quanto para a população.
Além da preservação, o Estado da Bahia tem um grande potencial para o uso sustentável de sistemas agroflorestais (SAFs). Nesses sistemas, árvores e arbustos são integrados à produção agrícola e à pecuária, gerando uma interação entre as espécies que favorece a recuperação ecológica, perspectiva de produção e a conservação do solo. Esses métodos, como os sistemas silvipastoris e agrossilvipastoris, são fundamentais para restaurar florestas e recuperar áreas degradadas, promovendo o desenvolvimento sustentável no campo. Na Bahia, as agroflorestas têm sido uma estratégia eficaz, especialmente para pequenos produtores, para agregar valor econômico com a implantação de projetos com espécies nativas e promover o uso sustentável dos alimentos.
Com o avanço dos sistemas agroflorestais e o esforço de profissionais como Engenheiros Florestais e Agrônomos, a Bahia pode não apenas proteger suas florestas, mas também gerar renda e sustentabilidade para suas comunidades. Espécies nativas como o cacau, o baru e plantas medicinais, dentre outras, ganham destaque em projetos de produção sustentável, contribuindo para a preservação da biodiversidade e o desenvolvimento econômico.
Outro tema que merece destaque é a recorrência de incêndios florestais, que causam graves impactos nos ecossistemas e na saúde pública. Seja por causas naturais ou, mais comumente, humanas, o fogo devasta a biodiversidade e intensifica as mudanças climáticas. Na Bahia, é essencial adotar políticas de prevenção e conscientização para evitar queimadas descontroladas e proteger a biodiversidade.
A preservação e o uso responsável das árvores são questões urgentes, especialmente num momento em que os efeitos das mudanças climáticas se tornam cada vez mais evidentes. Incêndios florestais, desmatamentos irregulares e queimadas descontroladas não afetam apenas o meio ambiente, mas também impactam diretamente a saúde das pessoas, especialmente de grupos vulneráveis, como crianças e idosos. É preciso conscientização e ação para reverter esse cenário e garantir um futuro sustentável.
Neste Dia da Árvore, além de plantar, é crucial adotar uma postura ativa em defesa do meio ambiente, buscando formas de harmonizar a produção com a conservação. Afinal, preservar as árvores é preservar a vida. Somos parte integrante dessa natureza e, ao cuidar dela, garantimos um legado para as futuras gerações.
Izabel Ceron de Paula é Engenheira Florestal, Conselheira do CREA-BA e Coordenadora do Programa Mulher.