A bandeira tarifária em julho de 2021 será vermelha, patamar 2, em razão da intensidade da estação seca nas principais bacias hidrográficas do Sistema Interligado Nacional, registrando condições hidrológicas desfavoráveis.

O valor a ser pago pelos consumidores será informado excepcionalmente nesta terça-feira (29), data em que a atualização dos valores das bandeiras será deliberada pela Diretoria da da Aneel, Agência Nacional de Energia Elétrica.

Cálculos de quem participa da discussão na Agência Nacional de Energia Elétrica apontam que a tarifa cobrada pela bandeira vermelha 2 na conta de luz pode sofrer reajuste de cerca de 76%.

A tarifa do patamar mais alto, que atualmente é de R$ 6,24 para cada 100kwh consumidos, pode passar de R$ 11,00. Este patamar mais alto reflete a disparada no custo de geração de energia no país.

Por causa da crise hídrica, que levou reservatórios das hidrelétricas ao menor nível das últimas décadas, a geração tem sido garantida pelo acionamento das termelétricas movidas a gás, carvão e óleo combustível.

O custo desta categoria é o mais alto do mercado e terá que ser repassado ao consumidor. O governo garante que não será necessário adotar nenhum tipo de racionamento de energia. Porém, o reajuste da tarifa da bandeira vermelha forçará, pelo preço, uma redução do consumo.

O consumo de energia médio das famílias brasileiras é de 165 kwh, ou seja, praticamente todos serão atingidos pelo reajuste. Para Adriano Pires, presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura, a Aneel não tem outra opção, senão equalizar o preço da conta de luz ao custo que as distribuidoras já estão pagando pela compra de energia gerada pelas termelétricas.

“Esses R$ 6,24 atuais já não são suficientes para evitar o buraco no caixa das distribuidoras. Se não fizer o ajuste agora, ele terá que ser feito no ano que vem, na revisão tarifária geral. O aumento para cerca de R$ 11,00 corrige o problema de caixa das empresas. A distribuidora não ganha nada com isso, ela apenas repassa os valores entre as geradoras e os consumidores”, explica Adriano Pires.

A Aneel anunciou que a bandeira vermelha patamar 2 estará em vigor em julho. Será o segundo mês consecutivo da cobrança adicional no patamar mais caro. A crise hídrica deve manter a medida em vigor pelo menos até novembro. Em maio, vigorou a bandeira vermelha 1.

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