A política é imprevisível, estranha e fascinante. Cabe a ela mais adjetivos, e por que não, necessária, mas quase sempre escrota e malversada.

Nas eleições, ela é responsável por trazer à tona e dar vida aos mais diversos tipos de figuras que se candidatam ao cargo público. De figuras conhecidas às completamente desconhecidas. Das que executam relevantes serviços sociais às que vivem como sanguessugas do sistema. Dos de boa-fé aos oportunistas sanguinários.

É essa mesma política que surpreende a todos quando expressa nas urnas as mais desmedidas incompreensões, resultantes do destaque auferido às figuras “do nada” que são enaltecidas pela distinção de todo o tecido social, com votações nunca esperadas.

Essa exterioridade eleitoral sequer é fruto apenas do conhecimento social, muito mesmo da história de vida marcada por exemplos que fazem jus à enorme quantidade de votos obtidos das urnas.

Por trás dessa força eleitoral que elege com expressivo destaque, está a parte inteiramente deteriorada, apodrecida, sepsiada. O eleitor, que em parceria criminal com o candidato corruptor, se vende por dinheiro no dia da eleição ou por benefícios pessoais obtidos dias antes do pleito.

Não se encontra explicação para determinados candidatos, desprovidos de qualquer reconhecimento mínimo, tanto no âmbito profissional, social e até mesmo público, chegarem ao final da corrida eleitoral como verdadeiros heróis de uma batalha de vida e morte, que regressam dos campos nos ombros do povo, como mártires.

O preço pago pelo político corrupto aos eleitores degenerados que o elegem, jamais poderá ser recuperado nos 4 anos de salários pagos pelo exercício da sua função pública. É aí que surge a oportunidade ímpar para o político corrupto eleito, arquitetar suas armadilhas utilizando mais pessoas corrompidas, defenestradas, asquerosas, no conhecido jogo das rachadinhas e dos funcionários fantasmas.

Diante desse cenário, nunca será justo jogar no colo da Justiça a solução para esse insulto a todas as Leis. Como também nunca será função dos Juízes, Promotores, Delegados e tantos outros, a função de exterminar com essa conduta criminosa, antidemocrática e abominável, já que a mesma tem a aprovação, o consentimento e a participação de quem, na verdade, deveria exercer o respeito a si próprio, à Justiça, e compreender que cabe somente a ele, o eleitor, a prerrogativa de tornar o processo eleitoral intrépido, valoroso e verdadeiro.

São esses eleitores corruptos que cessam os direitos dos corretos e tornam as administrações públicas um antro de criminalidade nos recursos públicos.

É uma pena que existam aqueles que se curvam à força da grana que ergue a criminalidade e destrói coisas belas, como o caráter e a personalidade.

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