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:: ‘justiça’

Procuradoria Regional Eleitoral na Bahia tem nova equipe

 

Fundo cinza com a palavra "ELEITORAL" centralizada em letras pretas e robustas, com contorno branco. Abaixo da palavra, no canto esquerdo, há três pequenos quadrados preenchidos, da esquerda para a direita: o primeiro com contorno preto e fundo branco, o segundo laranja, e o terceiro verde.

Imagem: Secom/MPF

Desde o último sábado, 1° de novembro, a Procuradoria Regional Eleitoral na Bahia (PRE/BA) tem à frente uma nova equipe: Cláudio Gusmão assume o cargo de procurador Regional Eleitoral no lugar de Samir Nachef, tendo Vanessa Previtera como sua substituta. Gusmão e Vanessa devem permanecer na função até 31 de outubro de 2027, coordenando os trabalhos do Ministério Público Eleitoral na Bahia.

Para Gusmão é sempre um desafio assumir a função de procurador regional eleitoral na Bahia, “seja em razão da diversidade encargos administrativos típicos da gestão e do exercício da chefia do Ministério Público na seara eleitoral, que hoje conta com 199 promotores eleitorais atuando nas respectivas zonas, seja em face da crescente demanda no campo judicial, em que a PRE oficia como parte autora e fiscal da ordem jurídica, extrajudicial.” – afirma o procurador.

“Para o cumprimento desse complexo de atividades, temos uma eficiente equipe de membros auxiliares, integrada pela colega Vanessa Previtera, na qualidade inclusive de substituta, e pelos procuradores Leandro Bastos, Ruy Nestor e André Batista, além de um corpo dedicado e comprometido de servidores, que orgulham o MPF. E no tocante às eleições 2025, sempre muito disputadas, buscaremos atuar com firmeza e equilíbrio a fim de garantir que prevaleça a legítima vontade do eleitor,  com foco, sobretudo, no combate aos atos de abuso de poder econômico e político, que violam a isonomia, a normalidade e a lisura do pleito.”, completa Gusmão.

“Sempre acreditei na missão constitucional do MPF na defesa de eleições limpas, competitivas, lícitas e justas, mas ainda não havia tido a oportunidade de acompanhar de perto o processo eleitoral. Espero que eu possa contribuir positivamente, nos próximos dois anos, com o trabalho da PRE”, destacou Vanessa.

Com a entrada na equipe da PRE, Vanessa deixa a chefia do MPF na Bahia, e o procurador Eduardo Villas-Boas deve assumir o cargo de procurador-chefe adjunto.

A mudança foi divulgada pela Portaria PGE n° 26, de 28 de outubro de 2025, que designou os membros do Ministério Público Federal para exercerem as funções de Procurador Regional Eleitoral e de Procurador Regional Eleitoral Substituto nos Estados e no Distrito Federal.

MP Eleitoral na Bahia – A PRE abarca a função eleitoral do Ministério Público Federal, atuando em parceria com os promotores eleitorais, que são membros do Ministério Público da Bahia responsáveis por ajuizar ações e outros pedidos à justiça de primeira instância nas eleições municipais. Juntos, eles compõem a equipe do Ministério Público Eleitoral. Em casos que sobem para a segunda instância, a atuação é feita pela PRE junto ao TRE. Saiba mais aqui.

Assessoria de Comunicação
Ministério Público Federal na Bahia

Lula sanciona lei que endurece combate ao crime organizado e amplia proteção a autoridades; veja o que mudou

O presidente Lula sancionou uma nova lei que endurece o combate ao crime organizado e amplia a proteção a autoridades que atuam nessa área.

A norma cria dois novos crimes — obstrução e conspiração para obstrução de ações contra o crime organizado, com penas de 4 a 12 anos de prisão, além de multa.

A lei também reforça a segurança de juízes, promotores, policiais, militares e seus familiares, inclusive aposentados, especialmente os que trabalham em áreas de fronteira.

Outra mudança importante é no artigo 288 do Código Penal: quem contratar ou solicitar crimes a facções passa a receber a mesma pena dos integrantes, além da punição pelo crime cometido.

Por fim, condenados por obstrução ou conspiração deverão cumprir pena em presídios federais de segurança máxima. A nova legislação já está em vigor.

Vereador George da Ruinha é preso com R$ 155 mil em operação contra crime organizado

O vereador George Everton Santana (PCdoB), conhecido como “George da Ruinha”, de Ubaitaba, a 374 km de Salvador, foi preso na manhã desta quinta-feira (30) com R$ 155 mil em espécie. A ação faz parte da operação Frater Dominus, deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco/Ilhéus) e pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), com apoio das Polícias Militar e Civil.

A operação ocorreu simultaneamente em seis cidades: Ubaitaba, Itabuna, Itacaré, Maraú e Itapetinga, na Bahia, além de Santa Luzia do Itanhy, em Sergipe. O objetivo foi cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra integrantes de uma organização criminosa investigada por tráfico de drogas, homicídios, lavagem de dinheiro e outros crimes.

Ao todo, 15 pessoas foram presas. O vereador foi detido em flagrante durante o cumprimento do mandado de busca, após ser encontrado com R$ 155 mil — valor inicialmente divulgado como R$ 130 mil pela polícia. A prisão foi confirmada pela TV Aratu.

A SSP-BA ainda não divulgou detalhes sobre os demais alvos, mas a reportagem apurou que outro vereador, Cara de Nike (Avante), de Maraú, foi alvo de mandado de busca e apreensão, mas não chegou a ser preso. O assessor parlamentar Carlos Rodrigo também foi detido, segundo a TV Aratu.

Em setembro, a operação Anátema, da Polícia Civil da Bahia, desarticulou um grupo criminoso especializado em lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, com atuação em pelo menos quatro estados e conexões internacionais.

Em outra ofensiva, 18 pessoas foram presas na operação Castelo de Cartas, deflagrada em Jequié, no sudoeste do estado. O grupo é apontado como responsável por ao menos 19 assassinatos consumados neste ano.

Dono de postos de combustíveis é alvo de operação contra agiotagem e fraudes em licitações na Bahia

Cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, contra um homem investigado por agiotagem e fraudes em licitações. De acordo com a Polícia Civil, os mandados foram cumpridos nesta quinta-feira (30).

O nome do suspeito não foi divulgado, mas a polícia informou que ele tem 55 anos e é proprietário de postos de combustíveis e de uma empresa prestadora de serviços públicos.

O suspeito atuava como agiota e utilizava empresas de fachada para participar de certames fraudulentos em prefeituras do interior da Bahia. As licitações eram superfaturadas e os gestores municipais também participavam do esquema, onde manipulavam processos em benefício do grupo. O suspeito é investigado pelos seguintes crimes:

  • extorsão;
  • lavagem de dinheiro;
  • falsidade ideológica;
  • fraude em licitações públicas.

 

Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos celulares, computadores, tablets e pen drives, que serão encaminhados para análise pericial.

Tortura com banheiras de gelo contra mulheres choca em investigação sobre o CV

As investigações que levaram à megaoperação policial realizada nesta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, revelaram métodos de punição brutais impostos por integrantes do Comando Vermelho (CV) contra moradores das comunidades.

Entre as práticas, chama a atenção uma nova forma de castigo aplicada a mulheres envolvidas em brigas durante bailes funk. Segundo as investigações da Polícia Civil, elas são colocadas em banheiras de gelo.

Pra brigona que gosta de arrumar confusão no baile, paizão não quer bater em morador. Aí a melhor forma será essa”, diz uma das mensagens interceptadas, acompanhada de uma mulher recebendo a punição (foto em destaque).De acordo com a TV Globo, os chefes da facção criaram grupos em aplicativos de mensagem para tratar de assuntos que vão desde a escala de seguranças de pontos de drogas até ordens de tortura e execuções. As mensagens interceptadas mostram que as punições incluem sessões de espancamento, homicídios e torturas cruéis.

Os traficantes atuam sob ordens de Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso, apontado como comandante da quadrilha na região. Ainda não se sabe se Doca está preso, foragido ou foi morto na operação que resultou na morte de 121 pessoas.

Contrato de aluguel de veiculos é investigado em município da Bahia Câmara Municipal de Jequié teria gasto meio milhão de reais em locação de automóveis zero

Supostas irregularidades em um contrato de locação de 12 veículos zero quilômetro, no valor de R$ 574.356,24 estão sendo investigadas na Câmara Municipal de Jequié, vale do Jiquiriçá, na responsabilidade do presidente da Casa, Emanuel Campos Silva, conhecido como Tinho (PDT).

A denúncia foi apresentada ao Ministério Público da Bahia pelo advogado Abdijalili Belchote.O contrato foi firmado com a empresa ‘Servel Serviços e Veículos Ltda’., com sede em Vitória-ES. A empresa teria sido incluída como terceira interessada no processo e vai ter 20 dias para apresentar defesa e encaminhar documentos que comprovem a regularidade da contratação e da execução do contrato.A justificativa da Casa Legislativa para a locação, foi a necessidade de realizar visitas e fiscalizações presenciais em diversos órgãos, setores, distritos e também na Zona Rural do município.

O procedimento tem objetivo de verificar se a licitação observou as normas legais e os princípios da administração pública, incluindo transparência, economicidade e impessoalidade.

Candidaturas fantasmas

Ano passado, a Justiça eleitoral de Jequié, apurou um pedido de indeferimento do registro de candidatura, cassação do diploma, bem como o mandato de parlamentares, que foram candidatos nas últimas eleições municipais. O motivo que se alega é de que teria havido fraude com participação feminina na chapa de vereadores de diversos partidos como o PT, PV, MDB, Solidariedade, Cidadania e PSDB.

Ainda de acordo com a denúncia, configurou-se casos de candidatura fictícias ou fantasmas, com o objetivo de apenas preencher a cota de gênero e possibilitar a participação de partidos investigados na eleição, os quais possam ter desrespeitado o percentual mínimo de 30% de candidaturas femininas.

De acordo com a Justiça, as candidatas apontadas nos processos, descumpriram a Súmula nº 73 do Tribunal Superior Eleitoral.

Um dos casos curiosos foi o de uma candidata que, de acordo com uma certidão anexada ao processo, não teria comparecido ao último pleito, o que configurou-se que o pedido de registro poderia ter servido para “burlar” a legislação eleitoral. Esta candidata teria obtido apenas 8 votos e teve a Prestação de Contas Eleitoral “zerada”.

Existiram ainda denúncias de que outras candidatas, que preencheram a cota de 30%, apresentaram irregularidades na campanha que contrariam a Lei, quando no curso do período eleitoral, não se pratica atos de campanha, como participação em comícios, caminhadas, atos públicos, produção de material gráfico, como cartazes, santinhos, placas, adesivos, e tão pouco presença eleitoral de campanha nas redes sociais, fato comprovado por meio de Atas Notariais que acompanharam o processo.

Esposa de prefeito da Bahia declarou mais de R$ 1 mi em bens e recebeu Bolsa Família

Márcia Novais, esposa do prefeito de Cordeiros, Devani Pereira (PDT), foi por mais de 10 anos beneficiária do programa Bolsa Família. Conforme reportagem de O Globo, a primeira-dama do município localizado no sudoeste da Bahia constava na lista do programa  desde 2013 e recebeu, no ano passado, R$ 800 mensais. Os repasses foram suspensos pelo governo federal em janeiro, após o início do mandato.

Devani, que adotou o lema “o vaqueiro virou prefeito” depois de se eleger, declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 1,2 milhão em bens no início da campanha eleitoral de 2024. A lista inclui “animais de grande porte” avaliados em R$ 250 mil — o que equivale, por exemplo, ao valor de 60 cabeças de boi —, seis propriedades rurais e R$ 20 mil em espécie.

Em vídeos recentes publicados nas redes sociais, o prefeito aparece em um local semelhante a um rancho, conduzindo dezenas de bois, vacas e cavalos. Procurados, o prefeito e a primeira-dama não responderam.Dificuldade de fiscalização

Especialista em direito previdenciário e também mestre em direito político e econômico, a advogada Camila Pellegrino afirmou que, diferentemente do que ocorre com benefícios previdenciários, a concessão do Bolsa Família não prevê análise dos bens da pessoa.

“É um programa eficiente para distribuição de renda, mas a gente sabe que fraudes existem e que algumas pessoas mentem ou omitem informações. Em geral, a fiscalização ocorre quando há denúncias, seja ao governo federal ou aos órgãos municipais e estaduais de assistência social, por exemplo”, apontou.

Pente-fino

O Bolsa Família é voltado para pessoas cuja renda mensal é de até R$ 218, o que configura situação de pobreza. O cálculo leva em conta toda a remuneração, dividida pelo número de pessoas que compõem uma mesma “unidade familiar”: uma família de sete pessoas que tenha como renda total apenas um salário mínimo (R$ 1.518), por exemplo, se enquadra no programa.

O beneficiário do programa precisa manter atualizados os nomes de outras pessoas com as quais divide a residência. Em janeiro, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) suspendeu o benefício das famílias que tinham, em sua composição, algum candidato eleito em 2024, considerando que o salário de prefeito, vice ou vereador excede os parâmetros do programa.

Ao todo, segundo o MDS, cerca de 1,1 mil vereadores, 19 vice-prefeitos e sete prefeitos foram excluídos. Os nomes dos candidatos afetados só vieram à tona, porém, em outubro, após um pedido via Lei de Acesso à Informação (LAI) da agência Fiquem Sabendo, organização sem fins lucrativos especializada em transparência pública.

Pau Brasil: vereador Nego Elder perde o mandato após ser cassado pelo TSE; Câmara já acionou suplente para assumir vaga

O vereador Elder Almeida, o famoso Nego Elder, de Pau Brasil, no sul da Bahia, acabou perdendo o mandato. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou a decisão do TRE-BA, que ainda em março já havia determinado a cassação por conta de uma condenação criminal que se tornou definitiva.

Com isso, Nego Elder deixa a cadeira na Câmara e não poderá disputar ou ocupar nenhum cargo público enquanto durar a inelegibilidade. A Justiça Eleitoral já avisou oficialmente à Câmara e o presidente da Câmara já convocou o suplente para garantir que o trabalho legislativo siga sem interrupções.

STF forma maioria para manter nomeações de parentes a cargos políticos

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta quinta-feira (23) maioria de votos para permitir que parentes sejam nomeados para cargos políticos. Cinco magistrados seguiram o entendimento do relator, ministro Luiz Fux, e formaram seis votos contra um voto do ministro Flávio Dino.

A Corte entendeu que a nomeação de parentes para cargos de natureza política não configura nepotismo. O julgamento foi suspenso e será retomado na próxima quarta-feira (29).

Em 2008, o Supremo editou uma súmula vinculante para proibir o nepotismo. De acordo com o texto da decisão, a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente até terceiro grau para cargos públicos viola a Constituição. Meses depois, entretanto, a Corte reconheceu que a restrição não vale para cargos de natureza política, como secretários de Estado.O caso voltou ao Supremo por meio de um recurso para derrubar uma lei de Tupã (SP), de 2013, que proibiu a contratação de parentes do prefeito, vice-prefeito, secretários e vereadores na gestão municipal. A norma contrariou o entendimento da Corte que validou as nomeações para funções políticas.

O relator da matéria, Luiz Fux, apontou que o chefe do Executivo tem a prerrogativa de escolher seus secretários, considerando os critérios de qualificação técnica e a proibição de nepotismo cruzado. “A mensagem do Supremo é que a regra é a possibilidade, a exceção é a impossibilidade. Não é uma carta de alforria para nomear quem quer que seja”, afirmou Fux.

O voto do relator foi seguido por Cristiano Zanin, André Mendonça, Nunes Marques, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli. Na divergência, Flávio Dino disse que “legalidade e afeto não se combinam”. Dino complementou: “Legalidades e afetos não se combinam. Uma reunião de governo não pode ser um almoço de domingo. Uma reunião de governo não pode ser uma ceia de Natal”, afirmou.

PF deflagra 7ª fase da Operação Overclean e afasta prefeitos na Bahia em investigação sobre corrupção e fraudes em contratos públicos

7ª fase da Operação Overclean, deflagrada em 16 de outubro de 2025, resultou no afastamento do prefeito de Riacho de Santana, Dr. João Vítor (PSD), e na prisão do prefeito de Wenceslau Guimarães, Gabriel de Parisio (MDB), durante ação da Polícia Federal em parceria com a CGU e a Receita Federal, supervisionada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (16/10/2025) a sétima fase da Operação Overclean, desdobramento de um inquérito instaurado em dezembro de 2024, para apurar um esquema de desvio de recursos públicos federais, fraudes licitatórias e lavagem de dinheiro envolvendo emendas parlamentares destinadas a obras e serviços municipais.

A ação, deflagrada simultaneamente nos estados da Bahia e do Rio de Janeiro, foi executada em 16 de outubro de 2025, sob autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), que supervisiona a investigação devido à presença de autoridades com foro por prerrogativa de função, entre elas o deputado federal Dal Barreto (União Brasil-BA).

Nesta fase, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, uma medida cautelar de afastamento de agente público do cargo e o bloqueio judicial de valores obtidos de forma ilícita. As ordens foram cumpridas nas cidades de Salvador, Riacho de Santana, Wenceslau Guimarães (BA) e Arraial do Cabo (RJ), com o apoio de auditores da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Receita Federal do Brasil (RFB).

Prefeitos de Riacho de Santana e Wenceslau Guimarães estão entre os alvos da PF

O prefeito de Riacho de Santana, Dr. João Vítor (PSD), foi afastado do cargo por decisão do STF, após a PF identificar indícios de direcionamento de contratos e superfaturamento de obras executadas com recursos federais repassados ao município entre 2022 e 2023.

Já o prefeito de Wenceslau Guimarães, Gabriel de Parisio (MDB), foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo durante o cumprimento de mandado de busca em sua residência, também em 16 de outubro de 2025. A PF apreendeu armas sem registro, dispositivos eletrônicos, planilhas contábeis e documentos de contratos públicos supostamente utilizados para lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.

Ambos os prefeitos são investigados por organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro, com base em indícios de participação em um núcleo político que operava em conluio com empresários e intermediários financeiros.

Deputado Dal Barreto teve celular e veículos apreendidos na 6ª fase da operação

Dois dias antes, em 14 de outubro de 2025, a sexta fase da Overclean teve como principal alvo o deputado federal Dal Barreto, flagrado pela Polícia Federal no Aeroporto Internacional de Salvador enquanto tentava embarcar para Brasília. A abordagem, que durou menos de 30 segundos, resultou na apreensão de seu celular e de dispositivos de comunicação, sob mandado expedido pelo ministro do STF Cristiano Zanin, relator do inquérito.

Em 15 de outubro, agentes federais cumpriram oito mandados de busca e apreensão em Salvador, Amargosa (BA) e Brasília (DF), além de realizar o sequestro de bens e veículos de luxo vinculados ao parlamentar. Entre os alvos estavam Ubaldo Neto e Danilton Oliveira, apontados como operadores financeiros e laranjas do deputado, responsáveis por movimentar valores desviados por meio de empresas de fachada.

Segundo investigações, Dal Barreto teria intermediado, entre 2021 e 2024, emendas parlamentares destinadas a obras municipais, cujos contratos foram direcionados a empresas vinculadas ao grupo criminoso. O parlamentar nega envolvimento e declarou que “as provas demonstrarão a verdade no momento oportuno”.

Histórico da Operação Overclean: fraudes milionárias e uso de “laranjas”

A Operação Overclean foi deflagrada pela primeira vez em 12 de dezembro de 2024, quando a PF cumpriu mandados em Feira de Santana, Amargosa e Salvador (BA), dando início à apuração de um esquema de corrupção envolvendo mais de R$ 80 milhões em recursos públicos.

Ao longo de sete fases, a investigação revelou a existência de núcleos interligados de atuação política, empresarial e contábil, responsáveis por direcionar licitações, emitir notas fiscais falsas e simular concorrência entre empresas em obras de infraestrutura, coleta de lixo e fornecimento de materiais escolares.

Entre janeiro e agosto de 2025, a PF executou cinco fases anteriores que resultaram na apreensão de planilhas com mais de 100 nomes e codinomes, contratos superfaturados e transferências bancárias irregulares realizadas por meio de contas controladas por intermediários.

Os agentes identificaram ainda a participação de empresários de médio porte, assessores parlamentares e consultores contábeis, que recebiam percentuais sobre o valor dos contratos em troca de facilitação de repasses federais.

Empresário “Rei do Lixo” é apontado como articulador político do esquema

As investigações da PF, com base em relatórios da CGU e da Receita Federal, apontam o empresário José Marcos de Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, como articulador político e financeiro do grupo.

Entre 2021 e 2023, Moura teria utilizado empresas de limpeza urbana e construção civil para firmar contratos fraudulentos com prefeituras, mediante pagamento de propinas e repasses ilícitos. Ele já havia sido alvo da quarta fase da Overclean, deflagrada em junho de 2025, quando teve R$ 12 milhões bloqueados judicialmente.

De acordo com os investigadores, Moura atuava como elo entre prefeitos, parlamentares e empresários, coordenando licitações combinadas e repasses de valores para campanhas eleitorais.

Materiais apreendidos serão periciados pela PF

A PF informou que todos os materiais recolhidos nesta sétima fase — incluindo computadores, celulares, pendrives, contratos, planilhas e documentos fiscais — serão encaminhados ao Setor Técnico-Científico da Polícia Federal em Brasília, para rastrear o fluxo financeiro dos contratos investigados.

A análise buscará identificar beneficiários finais dos desvios e reconstituir as transações financeiras realizadas em contas de empresas controladas por laranjas e assessores parlamentares.

O relatório conclusivo será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal e à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre denúncias formais e novas quebras de sigilo bancário e fiscal.

Impacto político e desafios institucionais

A Operação Overclean tornou-se um dos principais marcos do combate à corrupção municipal na Bahia, pela dimensão dos valores envolvidos e pela conexão direta entre prefeitos, empresários e parlamentares federais. Atingindo simultaneamente poderes locais e instâncias com foro privilegiado, a operação revela o avanço da fiscalização sobre emendas parlamentares, especialmente após o escândalo das chamadas “emendas de relator” (RP9).

A amplitude territorial — alcançando Bahia, Rio de Janeiro e Distrito Federal — indica coordenação interestadual do esquema, com repasses mascarados por contratos administrativos. O envolvimento de figuras públicas de diferentes partidos (PSD, MDB e União Brasil) reforça o caráter suprapartidário da corrupção estrutural no sistema político brasileiro.

A continuidade das investigações sob relatoria do ministro Cristiano Zanin no STF também testa os limites institucionais do combate à corrupção em um ambiente de crescente polarização política e de questionamentos sobre a seletividade das ações penais. Com informações do G1.